Faz um sol enganador pelas ruas da cidade. Daqueles que te enchem os olhos de ilusões tropicais pra em seguida te encrespar peles e poros com frios glaciais. Nada é o que parece ser. Brilhos e bolhas enganosos. Perigos escorregadios.
Eu acordei lúcido e afiado. E olho o espaço ao meu redor. Livros, mesa, saleiro, caneca de chá. A Gal suave e distante na vitrola. Desejos pelo ar.
A imobilidade veloz do tempo.
Eu.
A minha vida é feita de vácuos. Caixa de papelão vazia. Onde nada nunca acontece. E cios de cão sarnento em calçadas de concreto em ponto de ebulição.
Bom mesmo era ser Rimbaud na África, Saint Jean Genet.
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