Aqui quem vos fala é um defunto. Que anda pela cidade arrastando suas olheiras e inchaços. Que toma banhos longos e demorados na esperança de ressurreição, que se inunda de perfumes fortes, veste suas melhores roupinhas, passa todos os cremes e segue ainda se arrastando pela vida.
É que dezembro é um abismo sem fim e o trabalho me suga todas as energias. Festas que não quero ir mas vou, sorrisos fixos de entusiasmos falsos, olês olás jogados pelos ares... E tudo de novo no dia seguinte.
Eu bebo. Aprendi faz tempo as regras da etiqueta desse país, onde não beber é considerado grosseria, falta da modos, indelicadeza. Não beber indica provinvianismo antisocial ou problemas graves com a bebida(daqueles que requerem rehab). Então eu bebo e vou, arrastando meu desespero pelas festas, me afogando em taças de champanhe e vinho.
No comments:
Post a Comment