Tuesday, November 19, 2013

    Eu não fico aqui, do outro lado do mundo, assistindo TV brasileira. Aliás, eu me livrei da minha TV anos atrás e a minha vida só fez melhorar. Tenho mais tempo pra ler, ouvir música e pensar. Não sinto a menor falta. Vejo os filmes e séries que quero online e ainda assim com pouca frequência. Tá tudo ótimo.
    Mas hoje as redes sociais ferviam com reações maravilhadas a uma tal cena de uma tal novela com uma revelação bombástica. E lá fui eu dar uma olhada na coisa.
    Por favor gente... Ainda estou traumatizado com aquilo tudo. Um festival de caretas e olhos arregalados, silêncios longos e cheios de "significado", muito cristal japonês, sonoplastia climática. Enfim, um circo de obviedades e clichês que nem mexicanos e colombianos devem mais utilizar.
   Antônio Fagundes datou, virou um Procópio Ferreira perdido no século errado. Suzana Vieira esguichando lágrimas induzidas quimicamente numa profusão artificial e burocrática(Suzana já desistiu de atuar faz tempo), até Natália Timberg, de quem sempre se espera uma certa dignidade, apelou pra canastrice mais baixa, se contorceu toda, arregalou os olhos até saltarem das órbitas e quase que engole a própria mão tentando nos vender espanto e indignação.
   E tem gente que ainda acha isso tudo muito elegante, sinal de sofisticação interpretativa, coisa de alto nível. E também tem gente que insiste em dizer que a TV brasileira é de qualidade. Bobagem, a TV brasileira, com raríssimas excessões, é mesmo uma bosta. Joguem seus aparelhos no lixo e tratemos todos de ler bons livros, ver bons filmes, ouvir música de qualidade e conversar com gente interessante.

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