Tuesday, September 20, 2011

Eu voltei a andar. Pra lá e pra cá. Vindo e voltando do trabalho pra casa andando, 4 horas por dia. Bom me mexer. A vida anda assim ainda desorganizada, e o "ainda" talvez seja excesso de otimismo, mas vai-se levando. No caminho tinha Calcanhotto o tempo todo na orelha: "Para que servem as ruas?", pra se andar entre outras coisas, pra tentar acalmar uma mente nem assim tão óbvia, mas sempre extremamente ululante. Gente pintando por aqui, assim meio o tempo todo agora, gente indo e gente voltando e gente chegando de férias e gente voltando pra casa. Ver os amigos aumenta a saudade, então eu vivo evitando, mas desisti porque gosto de beijos e abraços e carinhos sem ter fim sob o céu cinza e breezy do outono. A minha vida continua confusa. E agora com um certo tesão que apareceu não se sabe vindo de onde pra me fazer viver assim aos pulos, como se dedos fossem metais em braza, como se olhos fossem chicotes, como se dentes mordessem, canibais famintos nas selvas das cidades. Porque o meu desejo é estranho e torto, porque eu amo o esquisito, salivo sobre o feio, desejo todos os desejos impossíveis. Mr. Crisp me falou que "there is no tall dark stranger". E eu respondi que "...but there must be, there must be, there MUST". Eu ando desesperado por multidões, por cheiros exóticos, músculos tesos e exatos, pelos, sangue fervendo nas veias. Nosferatu tropical perdido em terras frias estrangeiras.

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