Thursday, December 06, 2012

   Um certo alívio com o fim das provas, apesar de tudo. Seja lá o que for. E eu tenho problemas mais importantes. Devia estar rolando o pânico, a ansiedade. Mas em vez disso me baixou um tédio insuportável, um vazio absoluto, um cansaço. Me lembrei de minha mãe, que dizia assim: "O que não tem remédio, remediado está." Talvez seja um pouco derrotista demais(o que seria típico), mas deixa um cheiro de sabedoria no ar. E se eu parar de tentar? Parar de lutar? Parar de me debater?
   Tédio não é calma, não vamos nos precipitar e confundir. Tédio é indiferença. Falta de gosto. Tédio é pular algumas batidas no coração e nem notar. Tédio é um quase desgosto. Tédio é não ligar.
    E eu me levantei da cama, apesar do frio e da gripe, fui comer alguma coisa na rua, buscar o Evening Standard na estação aqui do lado. Depois fui comprar uns livros na WHSmith's da Liverpool Street Station. Nada que prestasse, claro, só best-sellers de quinta, self help, biografias de jogadores de futebol e celebridades de sétima. Tédio é indiferença. Tédio está muito além do rancor. É aceitar o inevitável com resignação bovina, sem fazer alvoroço. Saí da loja com o livro da Caitlin Moran(por quê meu pai?) uma biografia da Wallis Simpson e a última Vanity Fair. O tédio é tóxico, venenoso. O tédio é Britney Spears.

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