Friday, April 08, 2011

Que ninguém venha me dizer que estou justificando massacres. Mas sempre que acontece uma tragédia como essa do Rio, fica sempre, no final das contas, assim como um detalhe menos importante ao pé da página, o fato do assassino ter sido vítima de bullying. Essas tragédias todas são mesmo horrendas, mas a gente nunca aprende a lição que é prevenir a ocorrência do bullying em qualquer circunstância, educando professores, assistentes sociais, médicos e sobretudo famílias, para que saibam perceber, prevenir e sobretudo apoiar as vítimas, que na sua maioria são crianças, crianças que estão sob o risco de ter suas almas, seus corações e suas vidas cruelmente destruídas pra sempre.
Quem quiser que discorde, mas eu fui vítima dessa monstruosidade e sequer tive apoio de uma família pra segurar a onda. Eu não estou justificando nada, apenas dizendo que eu sei o tamanho insuportável da dor e o quanto ela pode nos tornar desumanos. Esses assassinos não são monstros, são tão humanos e vítimas quanto os outros inocentes mortos, e já haviam morrido muito antes de começar a matar.

3 comments:

andrea said...

bom, eu fui massacrada tb, qdo estava mais gorda. é um massacre destrutivo, do qual a gente nao tem coragem nem de falar. Em algum lugar da cabeça da gente, a gente se sente merecedora da discriminação, né? eu nunca contei pra ninguém, pq o bullying era no mundo, nao era só na escola...

Unknown said...

Verdade! Só quem sofreu sabe o quando destrói a pessoa. E nem sempre é na escola... muitas vezes até nas próprias famílias. Por isso eu acho legal quem sofreu falar à respeito, pra quem está sofrendo sozinho agora saber que é vítima de uma tortura injustificável e que o negócio é contar pra alguém, pedir ajuda...

andrea said...

mas aí a gente vê, até hoje, propaganda zoando japonês como aquele imbecil clássico, zoando gorda que não passa na porta contra a magra que toma iogurte e passa na fresta e quetais... aí fica foda, muita hipocrisia. O sistema é assim, incentiva o bullying, incita as pessoas a rejeitarem as diferenças, a buscarem sempre o modelinho do momento, em todos os sentidos. e uma vez outsider, sempre. mesmo que seja só uma infeliz marca somática, né?