Saturday, April 02, 2011

Eu acordei tarde, tomei meu café e voltei pra cama, sem dormir, música baixinha me fazendo carinho no ouvido, o sol lá de fora tocando suave a minha pele através da janela sem cortinas. E ruídos da vida do outro lado, passos, vozes, o som da borracha dos pneus no asfalto da rua. Eu quero ficar aqui assim, caixinha de música. Na vida existem alguns poucos confortos, como vinho, comida e música. Eu gosto de vinhos caros, comida simples e música sofisticada. Literatura. Então eu vou ficar aqui na minha caverna, casca, no interior de mim, o comovente Robert Wyatt na vitrola e um aveludado Saint-Emillion me escorregando lentamente pela língua, garganta. No fundo do meu coração eu sou sempre assim: Quase feliz. E triste.

Ps. Os vinhos caros são uma audácia de pobretão, a realidade, se eu fosse respeitá-la, não me permitiria esses arroubos.

2 comments:

maray said...

eu nunca tomei um vinho verdadeiramente caro. Será muito diferente? Tento me comprazer imaginando que meu paladar não diferenciaria...
Embora, forçando pela memória, lembro que uma vez fui a um jantar de negócios e pedi conhaque. disseram que eu podia escolher. Escolhi um Courvoisier, não sei quantos anos. Menino!! Até hoje lembro a carícia na língua...


Um beijão

Unknown said...

Maray,
Eu já tomei muito vinho caro, não com a minha grana, o que talvez os melhore o gosto. E é diferente sim, como o Courvoisier que te fez carícias. ;)