Saturday, April 23, 2011

Calor 23. Janelas abertas, brisas pela casa, os resquícios de sol na pele, tudo quase feliz como em todos os dias quentes. Eu, como sempre fui andar com música nas orelhas, andar, andar e andar, na cidade labirinto sob o sol, eu que me perco à toa, não sei entender geografia, pontos de referência, pontos cardeais, bússolas, satnavs. Eu e os meus desvios e devaneios por aí, pelos salões, pelas calçadas. É que pra saber de direções na vida, precisa-se de um centro firme e eu nunca tive porto, nunca tive chão, o mundo sempre ameaçando desaparecer sob meus pés por qualquer motivo e eu sem nenhum controle, vida à deriva sem colete salva-vidas. Eu não vou reclamar, embora tudo isso ainda doa, mas de alguma maneira eu estou aprendendo gostar de ter uma vida assim por aí, sem chão, sem casa, nunca sabendo onde isso vai me levar. Lamúrias de lado, queridos*, isso virou estilo de vida, thank you.

* Não faz mesmo nenhum sentido apontar o dedo.

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