Sunday, April 18, 2010

Então eu ando estranho, diferente, daquele jeito em que nem me reconheço direito. Fico assim quando ando tenso. Dona grana não me dá mole. Enfim. A cidade anda diferente também, sem aviões no ar. Eu olho pro céu e tudo calmo, nem mesmo as tais nuvens vulcânicas assassinas dos pássaros de metal. O sol apareceu, lindo e quente. E eu nem me atrevo dizer que ando escrevendo contos. Que vão pro lixo. Amanhã será o primeiro dia do resto da minha vida. Chega de preguiça, desânimo e medo. Qualquer coisa. Procurar emprego. qualquer um. E uns planos de aprender coisas. Coisas práticas, coisas manuais. Tenho muito medo de que o Brasil tenha virado um país estrangeiro. Pessoas. Longe. Assim. Músicas distantes, lugares exóticos, palavras de comover. Africano também. Com uma alma de Angola, Moçambique. Uma eterna tristeza afrobrasiportuguesa. Os vulcões, os tremores da terra, as enchentes e eu. Terra em agonia. Estertores.

3 comments:

maray said...

provavelmente por vc ter morado no Rio (será?) tua imagem de Brasil é algo que passa por Moçambique, por áfricas variadas e Portugal. Aqui em são paulo sempre acho que o brasil passa por nápoles, pela coréia, pela china, japão e bolívia. Isso o brasil tem de interessante. Se a gente não tem grana pra correr o mundo, o mundo (pelo menos dos imigrantes sem grana também) vem correr por aqui ! ;)

Unknown said...

Talvez vc tenha razão, mas eu também tenho um pézinho na Italia, meus avós vieram de Verona.

andrea dutra said...

a coisa mais estranha que aconteceu a um amigo que morou tempo demais em londres é q ele esqueceu como se abraça e se beija amigos ao chegar e sair. Dava aquele tchauzinho de inglês e ia. Já reaprendeu, ufa!